Origem: Noroeste da Inglaterra, nos condados de Northumberland, Durham, York e Lincoln, através da união do antigo gado Holderness e do gado Teeswater no fim do século XVIII.
O real desenvolvimento da raça ocorreu no vale do rio Tees por volta de 1600. O grande tamanho dos bovinos que habitavam aquele fértil vale tornaram-se conhecidos como bovinos Teeswater.
É uma das mais antigas das raças para corte e a segunda raça de bovinos a ter suas características fixadas, a sofrer um processo de melhoramento genético e a primeira a ter uma associação de registro.
O Shorthorn mocho apresenta as mesmas características do aspado sendo, a ausência dos chifres a única diferença. A origem do mocho ocorreu nos Estados Unidos da América do Norte, sendo obtido através de cruzamento com vacas da raça Mulley em 1870, originando o gado de padrão simples e o duplo padrão, apareceu por mutação em 1880.
É dito que o Shorthorn original, como um tipo britânico antes que um termo geral para os bovinos de chifres curtos, foi criado pelos Duques de Northumberland no século XVI e provavelmente descendesse de uma mistura de bovinos vermelhos Anglo-Saxões com bovinos vermelho e branco holandeses "Hollanders" e "Zeelands" que foram retratados na pintura "The Young Bull" de Paul Potter. Este gado Holandês não era do tipo Frísio, mas um tipo antigo o qual foi devastado pela praga bovina na Holanda em 1745.
Foi após o século XVIII que a história do Shorthorn começou a ser claramente registrada. Eles eram geralmente conhecidos como uma raça holandesa e era encontrada apenas na costa leste da Inglaterra.
Os Tynesides Shorthorns eram muito similares ao Ayrshire em 1790, e igual a este ao fim de 1887, havia uma raça holandesa, o Drenthe, o qual era exatamente como o Ayrshire deste tempo. O Drenthe, o Hollander e o Zeeland eventualmente desapareceram para o surgimento do Meuse-Rhine-Yssel.
Durante o século XVIII, o bovino local Teeswater era superior, encontrado no noroeste da Inglaterra ao redor de Darlington, e os Durhams eram bem reputados por sua conformação e habilidade leiteira, foi sendo sistematicamente melhorado por vários criadores notáveis. As técnicas de seleção usadas tornaram-se projetos para outros criadores e asseguraram que o Shorthorn expulsasse rapidamente a raça Longhorn selecionada por Bakewell, o qual tinha grande prestígio até então.
Os mais famosos e influentes criadores de Shorthorn foram os Irmãos Colling na área de Darlington; Charles Colling nasceu no ano de 1751 em Ketton Hall e Robert Colling nasceu em 1749 em Barmpton, os irmãos Colling desenvolveram um tipo de animal mais leiteiro usando, ironicamente, o método de cruzamento fechado por consangüinidade de Bakewell, para fixar as características de seus rebanhos, mas sem usar um excessivo "inbreeding". Em certa etapa da seleção, Charles introduziu um touro meio sangue Galloway mocho, oriundo de uma vaca Galloway vermelha.
Seguindo o exemplo dos Collings, a divergência de tipos foi mantida pela família Booth de Killesby e Wallarby, Yorkshire, que em 1790 iniciaram a selecionar o Teeswater para carne, continuando esta seleção até 1919; Thomas Bates de Kirklenvington em Yorkshire, nascido em 1775, selecionou seu rebanho para leite, ambas famílias fizeram uso total do rebanho dos Colling na 1a metade do século XIX. Por volta de 1800, o novo Shorthorn era a maior raça britânica em tamanho, sendo que os touros mediam 152 cm na altura das cruzes. Um famoso touro Durham, filho de Favourite em uma vaca comum, tinha 165 cm de altura e pesava 1375 kg com cinco anos de idade em 1801, quando foi exibido por todo o país, permanecendo como uma estrela até deslocar seu quarto traseiro em 1807, sendo então abatido.
O 1o Herdbook da raça Shorthorn, de fato o 1o Herdbook do mundo, foi publicado privadamente por George Coates em 1822 e a "Shorthorn Society" foi incorporada em 1875.
A raça espalhou-se rapidamente para a Escócia com o famoso criador Amos Cruickshank e em seguida veio para a América do Norte em 1783. Quando os primeiros animais foram introduzidos no estado da Virginia, a raça foi associada ao nome "Durham". Foi a primeira raça melhorada a ser importada para a América, e as qualidades que os animais possuiam fizeram com que tivessem grande demanda e sua influência espalhou-se rapidamente por toda a América do Norte.
Em 1823 um touro Shorthorn, Tarquino ou Tarquim, foi exportado para Buenos Aires, iniciando uma longa história da influência do Shorthorn na produção de carne da América do Sul. Durante o século XIX o Shorthorn tornou-se a raça mais popular da Inglaterra e teve esmagadora dominância no rebanho nacional inglês. Em 1916 o registro incluía mais de uma dúzia de tipos identificados, e a raça espalhou-se para a Escócia, Irlanda, América do Norte, Austrália e todo continente europeu. A França importou consideráveis números entre 1850 e 1860 e tornou-se uma útil reserva de linhagens as quais estavam extintas na Inglaterra.
No Brasil
A raça teve seu Herdbook aberto no ano de 1906 com o touro importado "Count Barrington", o registro foi feito pelo então chamado Registro Genealógico Riograndense, hoje Associação Nacional de Criadores Herdbook Collares. A raça era usada no estado do Rio Grande do Sul muitos anos antes desta data.
Nos tempos da 1a Guerra Mundial, o Shorthorn foi descrito como a raça bovina mais amplamente distribuída, tanto na sua origem como no exterior, e excedia outras raças puras na Bretanha enquanto que a maioria dos cruzamentos comerciais tinham sangue Shorthorn.
Em adição, a raça foi amplamente exportada e teve importante papel na formação ou melhoramento de muitas outras raças, sua influência foi provavelmente a maior entre todas as raças, exceto talvez pelo Frísio, e sua adaptabilidade é legendária.
Contudo, os números de Shorthorn puro na Grã Bretanha caíram fortemente neste século, particularmente nos últimos 30 ou 40 anos, de por volta 25.000 animais em 1950 a não mais de 3.000 em 1980.